SOBRE GUIONISMO
Grande Site para todos os interessados no guionismo. Nos últimos tempos têm me questionado frequentemente sobre livros ou manuais de guionosmo. Em relação a livros, só conheço algumas edições de importação e em Português parece só existir um já antiquado Manual de escrita de Guiões, da autoria de Doc Comparato. De qualquer forma, deram-me a dica deste site fabuloso, Screen Writing Secrets. Altamente recomendado para todos os aspirantes a guionistas.
Thursday, April 15, 2004
Tuesday, April 13, 2004
CICLO CHE GUEVARA
O mundo do cinema tem destas ondas. De vez em quando alguém tem uma ideia sobre determinado tema ou personagem histórica e depois é só contar os filmes semelhantes que se vão sucedendo em catadupa no mesmo ano. Já houve um ano da II Guerra Mundial, com filmes como Soldado Ryan e Linha Vermelha, um ano de romanos, em que o mais bem sucedido parece ter sido o inenarrável Gladiador, e lá para o fim do ano anuncia-se um ciclo temático de Gregos, já com um Alexandre Magno e uma Guerra de Tróia confirmados. Paralelamente parece ter despontado o interesse na figura de Che Guevara. Walter Salles parece ter-se adiantado á concorrência e já circula pelos festivais a sua versão dos Diários de Motocicleta, a aventura mitica do jovem Guevara atravessando de mota a América do Sul. O realizador resolveu mergulhar num dos momentos mais queridos para o mito fundador do guerrilheiro Sul Americano, a descoberta de um continente e da dureza das condições reais de uma população oprimida, um processo de descoberta pessoal que conduziria Che Guevara ao panteão máximo dos hérois guerrilheiros em que a América Latina parece ser pródiga. Como não há uma sem duas, e ás vezes sem três, Steven Soderbergh está também a fazer um filme sobre Guevara, desta feita centrando-se mais no guerrilheiro dos diários Bolivianos ou da experiência Cubana. Um dos principais pontos de interesse será ver Benicio del Toro, um actor que tem nos últimos anos atingido uma reputação invejável, no papel de Che Guevara. Felizmente o nome Sodebergh é quase uma garantia que, por mais defeitos que o filme tenha, não cairá na total mediocricidade de um blockbuster.
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Monday, April 05, 2004
FINALMEMTE: SIN CITY
Para os muitos fãs incondicionais desta BD de Frank Miller esta é de facto uma grande notícia. Depois de anos a analisarmos os potenciais cinematográficos deste universo memorável e a relermos séries inesquecíveis como That Yellow Bastard ou A Dame to Kill For, todas de importação, já que editar comics de qualidade em Português parece uma missão cada vez mais impossível, finalmente alguém se decidiu a fazer de Sin City um filme.
O Mestre Frank Miller começou a desenhar esta cidade criminosa e amoral após abandonar as duas majors dos comics Americanos, deixando para trás uma carreira memorável num Batman que reformou até aos limites do possível, o que se revelaria extremamente útil a Tim Burton. Em Sin City somos colocados perante um universo negro, ao jeito do film noir, todo em preto e branco e carregado de contrastes entre sombras e luz, habitado por dezenas de personagens e histórias que se vão cruzando frequentemente. O melhor exemplo disto é um bar fabuloso e marginal que revisitamos em grande parte das histórias e onde o ruído de fundo e as personagens desconhecidas que se espalham pelo balcão vão ganhando consistência e muitas vezes um portagonismo surpreendente a cada novo livro, ganhando muitas vezes protagonismo numa série futura. Na cidade do pecado ninguém é verdadeiramente bom, na melhor das hipóteses um anti-héroi, mas muitos conseguem ser genuinamente maus, vilões dignos das galerias mais infames da BD, embora a redenção seja sempre possível, ainda que a preços altíssimos. Como é óbvio, tanto o sexo como a violência são uma constante nesta obra prima de Frank Miller, nada recomendável para os fracos de estômago e os defensores da moralidade nos comics. O único senão deste filme não é nem o possível casting, que para já parece incluir nomes sonantes como Bruce Willis, Steve Buscemi, Cristopher Walken ou Benicio Del Toro, nem tão pouco o argumento, que com a matéria prima que Miller colocou à disposição só um inepto conseguiria estragar, mas sim o realizador Robert Rodriguez. Tem a fama de faz tudo, mesmo tudo, e entrou em hollywood como geniozinho no início dos anos 90, pela mão do sucesso surpreendente que foi El Mariachi. No entanto, após quase uma década a fazer filmes, só mesmo os produtores de blockbusters parecem ter algum respeito por um realizador que escraviza totalmente a substância em favor da forma, embora nos últimos anos tenha subordinado ambas em prol do Dólar. Esperemos que não enverede pelo estilo costumeiro e tente não cumprir a já longa tradição de vermos os comics entrar no cinema apenas para serem massacrados e desvirtuados sem contemplações, a sina de quase todos depois dos Batmans geniais de Tim Burton.
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Thursday, April 01, 2004
NET MOVIES
Os Net movies têm crescido exponencialmente nos últimos anos. Há imensos sites carregados de animações de todo o género, principalmente em flash, com os seus gurus e com um publico altamente fiel . Alguns deles são particularmente geniais, como é o caso de Hoogerbrugge, com fabulosas animações do próprio e links muito interessantes para outros criadores. Estamos perante uma mistura interessante entre os video-clips, a video-Arte e as potencialidades interactivas da internet, mas o melhor mesmo é visitar alguns destes sites e ver por si próprio . Para já fiquem com o meu favorito!
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LISBON DOCS 2004
Uma semana de workshops na área do documentário, com workshop de desenvolvimento, apresentação de projectos de documentário, masterclasses e projecções de filmes, na Culturgest em Lisboa, de 2 a 5 de junho. Para quem tem projectos pendentes nesta área é uma óptima altrura não só para aprender e compartilhar experiências mas também para fazer um pouco de lobby, já que vão andar por lá dezenas de realizadores e produtores, muitos deles a trabalharem para cadeias de televisão internacional. As inscrições já estão abertas e nestas coisas o melhor é não perder muito tempo. Para mais informações o melhor mesmo é irem ao site da APORDOC.
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Uma semana de workshops na área do documentário, com workshop de desenvolvimento, apresentação de projectos de documentário, masterclasses e projecções de filmes, na Culturgest em Lisboa, de 2 a 5 de junho. Para quem tem projectos pendentes nesta área é uma óptima altrura não só para aprender e compartilhar experiências mas também para fazer um pouco de lobby, já que vão andar por lá dezenas de realizadores e produtores, muitos deles a trabalharem para cadeias de televisão internacional. As inscrições já estão abertas e nestas coisas o melhor é não perder muito tempo. Para mais informações o melhor mesmo é irem ao site da APORDOC.
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Wednesday, March 31, 2004
TRAILER: THE USUAL SUSPECTS(1995)
REALIZAÇÃO:Bryan Singer
INT:Stephen Baldwin; Gabriel Byrne; Benicio Del Toro; Kevin Pollak; Kevin Spacey
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REALIZAÇÃO:Bryan Singer
INT:Stephen Baldwin; Gabriel Byrne; Benicio Del Toro; Kevin Pollak; Kevin Spacey
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ESTREIAS PORTUGUESEAS
Semana em grande para o cinema Português. Estreiam dia 1 de Abril dois filmes portugueses, LÁ FORA de Fernando Lopes e TUDO ISTO É FADO-FADO BLUES de Luís Galvão Teles. Como não vi ainda nenhum deles vou-me abster de fazer qualquer comentário, no entanto, não parece muito bom que dois filmes Portugueses estreiem na mesma semana, fazendo concorrência directa um ao outro. Todos sabemos que estes últimos dois anos não têm sido propriamente um mar de rosas para a cinematografia nacional. A já tradicional má relação do povo Português com a quase generalidade dos seus cineastas, o período de crise em curso e uma classe de governantes com a sensibilidade cultural de um rebanho de cabras, sem qualquer ofensa para as últimas, parece em vias de atirar com o cinema Nacional para o mais profundo esquecimento. Para além deste ponto de partida problemático parece haver em Portugal um desleixo quase total em relação ao lado mais básico da moderna promoção e divulgação em cinema.
LÁ FORA é um caso paradigmático deste tipo de amadorismo que grassa ainda em Portugal, até porque nos tempos que correm é quase inadmissível que um filme estreie sem ter um site promocional. Todas as outras estreias da semana aqui.
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Semana em grande para o cinema Português. Estreiam dia 1 de Abril dois filmes portugueses, LÁ FORA de Fernando Lopes e TUDO ISTO É FADO-FADO BLUES de Luís Galvão Teles. Como não vi ainda nenhum deles vou-me abster de fazer qualquer comentário, no entanto, não parece muito bom que dois filmes Portugueses estreiem na mesma semana, fazendo concorrência directa um ao outro. Todos sabemos que estes últimos dois anos não têm sido propriamente um mar de rosas para a cinematografia nacional. A já tradicional má relação do povo Português com a quase generalidade dos seus cineastas, o período de crise em curso e uma classe de governantes com a sensibilidade cultural de um rebanho de cabras, sem qualquer ofensa para as últimas, parece em vias de atirar com o cinema Nacional para o mais profundo esquecimento. Para além deste ponto de partida problemático parece haver em Portugal um desleixo quase total em relação ao lado mais básico da moderna promoção e divulgação em cinema.
LÁ FORA é um caso paradigmático deste tipo de amadorismo que grassa ainda em Portugal, até porque nos tempos que correm é quase inadmissível que um filme estreie sem ter um site promocional. Todas as outras estreias da semana aqui.
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Tuesday, March 30, 2004
TRAILER: BONNIE AND CLYDE(1967)
REALIZAÇÃO: Arthur Penn
INT: Warren Beatty, Faye Dunaway, Gene Hackman.
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REALIZAÇÃO: Arthur Penn
INT: Warren Beatty, Faye Dunaway, Gene Hackman.
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Monday, March 29, 2004
Comedy is simply a funny
way of being serious.
SIR PETER USTINOV (1921-2004)
Morreu ontem mais um monstro sagrado da 7ª Arte. Peter Ustinov faleceu com 82 anos de idade e deixando para trás uma longuíssima carreira que lhe valeu, entre outras honras, dois Óscares e o titulo de Sir. Desempenhou papeis tão variados como o de Nero, no clássico Quo Vadis, ou o de Hercule Poirot . Nos últimos anos dedicara-se mais à televisão e à UNICEF, onde ocupava o cargo de embaixador da boa vontade.
Para a posteridade fica uma carreira com mais de 100 filmes, principalmente como actor mas também como realizador, produtor e guionista.
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OS SOPRANOS
Para muitos a melhor série de televisão de todos os tempos acaba de estrear a sua quinta temporada nos Estados Unidos.
Depois de terem elevado definitivamente o padrão de qualidade da televisão Norte Americana, com argumentos fantásticos em que várias histórias paralelas ou apenas episódicas se vão cruzando no grande tema que é a ascensão da família Soprano e com excelentes actores a darem a cara a personagens carregadas de realismo, esta ameaça ser a última temporada da família Soprano.
O seu criador, David Chase, está ligado à televisão desde1976, tendo chegado a realizar HITCHCOCK APRESENTA já nos anos 80, mas com o arranque da série OS SOPRANOS, e com o estrondoso sucesso que alcançou quase imediatamente, Chase viu a sua cotação disparar e hoje goza de um estrelato só comparável ao de Chris Carter, criador dos X-files.
Esta nova temporada vem com algumas surpresas, das quais a mais agradável parece ser a entrada de Steve Buscemi para o elenco, no papel de primo de Tony Soprano, um actor muito estimado por todos aqueles que seguem atentamente a sua carreira, com uma galeria de secundários notáveis em filmes de Tarantino, dos irmãos Cohen ou mesmo abrilhantando filmes menores de Realizadores pouco mais que medíocres. Outra inovação parece ser o mergulhar de toda a família no lado mais negro a que a sua ascensão ao topo do mundo do crime de New Jersey parece ter irremediavelmente condenado. Esperemos que mantenha o humor sui generis a que nos foi habituando e que estreie o mais rapidamente possível em Portugal. Até lá podemos rever os DVDs das séries anteriores, lançados por cá a preços completamente proíbitivos, mas isso é outra história...
Friday, March 26, 2004
Our eyes see very little and very badly – so people dreamed up the microscope to let them see invisible phenomena; they invented the telescope…now they have perfected the cinecamera to penetrate more deeply into he visible world, to explore and record visual phenomena so that what is happening now, which will have to be taken account of in the future, is not forgotten
A importância de Dziga Vertov para o cinema actual é imensa, quer ao nível do documentário quer da ficção. O conceito de cinema Verdade de que foi o principal impulsionador tem tanto de realismo marxista puro e duro como tem de criatividade e poesia visual. Apesar da suspeita com que sempre encarou a ficção, podemos dizer que Vertov está a milhas do documentário Antropológico ou dos enfadonhos documentários institucionais. Com Vertov descobrimos a supremacia do olhar da câmara sobre o olho humano e que o compromisso com a realidade não implica a rejeição da criatividade no uso da câmara nem a ampla utilização da montagem. Em “O Homem da câmara de filmar” , de 1929, Dziga Vertov atinge o cume e coloca-se a par de Eisenstein como um dos grandes mestres pioneiros, os verdadeiros criadores da linguagem do cinema. È quase impossível ver este filme hoje e não pensar na MTV. O DVD faz parte da colecção de clássicos da Fnac.
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Thursday, March 25, 2004
O RELANÇAMENTO DE "A VIDA DE BRIAN"
Grandes Noticias. Vai ser relançado o fabuloso e iconoclasta A Vida de Brian dos Monty Python, para já apenas nos Estados Unidos. Realizado por Terry Jones no já longínquo ano de 79, o filme comemora este ano 25 anos e a verdade é que nos tempos que correm é passível de criar bem mais alvoroço do que na época em que estreou. Trata-se da história hilariante de um tal Brian que, para cumulo do azar, nasceu no mesmo dia de Cristo, na porta ao lado e passa a vida ser confundido com esse tal messias. As semelhanças entre Brian e Jesus Cristo ficam por aqui mesmo. Brian é algo cobarde, nada casto e muito pouco dado à espiritualidade, serve como motor para uma critica corrosiva e carregada de humor ao fanatismo, com um piscar de olhos à situação do Médio Oriente, que pouco ou nada mudou nos ultimos 25 anos. Esperemos que o filme tenha distribuição por cá ou que pelo menos alguém se digne a reedita-lo em DVD.
ALIEN TRAILER(1979)
the one and only: Alien o oitavo passageiro.
Realização: Ridley Scott
INT:Sigourney Weaver; Veronica Cartwright; Harry Dean Stanton; John Hurt.
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the one and only: Alien o oitavo passageiro.
Realização: Ridley Scott
INT:Sigourney Weaver; Veronica Cartwright; Harry Dean Stanton; John Hurt.
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Para muitos a espera por Kill Bill Vol II tem sido demasiado longa, enquanto que para outros quanto mais depressa se enterrarem de vez os dois volumes melhor. Eu incluo-me no primeiro grupo.
Quentin Tarantino sempre teve um enorme grupo de seguidores, só mesmo comparável ao numero de detractores que sempre acompanhou a sua carreira. Desde os tempos de “Reservoir Dogs” e “Pulp Fiction” que o role de criticas do costume o acompanha: “é um plagiador”, “escreve melhor do que realiza”, “os diálogos são o melhor”, “os diálogos são o pior”, tenta vender-se como actor”, “esconde a falta de talento com histórias alucinadas” ou “é um fenómeno hype e nada mais”. Ouve-se de tudo quando falamos de Tarantino e depois do Volume I de Kill Bill podemos dizer que o exército de críticos aumentou substancialmente. A verdade é que Quentin Tarantino não mudou assim tanto, continua a escrever diálogos no fio da navalha, deliciosamente concentrados nas pequenas coisas do quotidiano, e a fazer pastiches fabulosos a géneros mais ou menos clássicos do cinema, desta vez tendo como ponto de partida os filmes de samurais e a estética de artes marciais ao estilo de Hong Kong. Por isso não é de admirar o uso extremo da violência, a que dá um toque exagerado e quase burlesco, ou o simplismo do mito do herói vingador, característica transversal a toda a literatura asiática. Tudo isto embrulhado à Tarantino, com uma realização veloz ao estilo dos videoclips e com rasgos de genialidade como a sequência manga.
Agora só nos resta esperar pela estreia, marcada na Europa para Abril.
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Monday, March 22, 2004
TRAILER: SCARFACE(1983)
Realização: Brian De Palma.
Int: Al Pacino, Steven Bauer, Michelle Pfeiffer.
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Realização: Brian De Palma.
Int: Al Pacino, Steven Bauer, Michelle Pfeiffer.
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Sunday, March 21, 2004
Terry Gilliam é talvez mais conhecido como um dos membros da lendária equipa dos Monty Python que como realizador.
Tem já vários filmes de qualidade inegável, que mereceriam ter sido bem melhor tratados quer pelo publico quer pela critica, como “12 Macacos”, ou “Delírio em Las Vegas”, mas atingiu verdadeiramente o patamar da genialidade com este “Brazil” de 1985. Se está à espera de uma aventura tropical desengane-se. Qualquer relação com o país Brazil é mera coincidência, o filme poderia chamar-se Jamaica, Portugal ou Mauritânia, não fosse a banda sonora conter uma dessas conhecidíssimas musicas brasileiras, aqui tocada numa versão neurótica e totalmente depressiva . “Brazil” é uma fantasia de ficção cientifica que pretende ser uma paródia ao Tatcherismo, à Burocracia e ao hedonismo extremo da vida moderna, tudo isto com o humor caustico e implacável dos Python. O inicio do filme é de antologia, toda a história é provocada pela entrada súbita de uma mosca na sala onde se imprimem os mandatos de prisão o que levará a uma troca de nomes. Daqui para a frente somos introduzidos num mundo completamente alucinado, onde brilha até um quase irreconhecível Robert Deniro, líder da resistência dos canalizadores, por oposição a um temível Bob Hoskins, burocrata da assustadora e implacável divisão de arranjo de electrodomésticos, tudo isto tendo como pano de fundo uma não menos alucinada história de amor.
Agora só resta mesmo esperar que finalmente alguém se decida a editar em Portugal este DVD!
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Aproveito o lançamento recente em DVD de um dos meus filmes favoritos e um dos grandes clássicos da história do cinema para lhe dedicar umas linhas. Trata-se de “Touch of evil”, um dos filmes mais bem conseguidos de Orson Welles e absolutamente digno de figurar lado a lado com Citizen Kane, por muitos considerado a maior obra prima da 9ª arte. Touch of evil traz também consigo o selo da polémica que parece sempre acompanhar a carreira de welles. Do Hamlet negro dos seus tempos na Broadway ao ataque cerrado e esmagador ao multimilionário mais poderoso do seu tempo, passando por momentos de pânico, causados por pretensas invasões marcianas, a polémica e o confronto sempre foram ponto assente para Welles. Em “Touch of evi”l o foco de todos os conflitos foi a propensão do realizador para derreter todo o dinheiro que lhe viesse parar ás mãos, o que obviamente fazia explodir de raiva os executivos dos grandes estúdios, muito pouco dados a gastos desmedidos, particularmente quando parecia cada vez mais difícil obter qualquer retorno com os filmes de Orson Welles. Em “Touch of Evil” conseguiu mesmo superar-se e espatifou grande parte do orçamento do filme no primeiro plano, um longuíssimo plano sequência em que faz o percurso entre duas cidades fronteiriças, uma Americana e a outra Mexicana. O verniz entre Welles e o seu estúdio estalou a um ponto tal que a policia foi chamada parra barrar o acesso do realizador ao plateau. Polémicas á parte, “Touch of evil” é um film noir, já quase fora de época, feito ao melhor estilo do expressionismo alemão, um uso estilizado e abusivo no contraste entre luz e sombras, ângulos extremos de Câmara e um argumento em que todas as personagens parecem irremediavelmente condenadas. Juntando a isto a uma ampla utilização de movimentos de câmara que pôs com toda a certeza Scorcese a aplaudir de pé. O vilão larger than life é magistralmente interpretado pelo próprio Welles e a frase final de Dietrich parece ser o próprio epitafeo do Realizador: he was some kind of a man…
Tuesday, March 16, 2004
Lego Movies
Isto é só para quem tem muita, muita, muita paciência. Não julguem que estou a exagerar é que fazer um lego movie é de perder anos de vida. Para começar é preciso mergulhar a fundo na antiquíssima técnica do stop motion, a base da animação clássica, que consiste na animação frame a frame de desenhos ou objectos de todo o género, desde plasticina, recortes, areia, pregos e até mesmo legos. É preciso no mínimo uma paciência digna do mais tranquilo dos chineses. Um lego movie é basicamente a recriação em lego de uma ou várias cenas especificas de um determinado filme, pode ser o blockbuster do momento ou o mais prestigiado dos clássicos. A primeira coisa a fazer é aprender uns truques aqui e ver muitos dos lego movies que andam pela net. Se forem como eu e não incluam a paciência entre as vossas virtudes, então o melhor mesmo é deliciarem-se com os lego movies dos outros. Aqui e ainda aqui encontraram uns quantos mas o melhor é procurarem no Google.
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Monday, March 15, 2004
Para quem ainda não comprou o DVD " Spike Jonze" é bom que se mexa, a última vez que posou na FNAC foi por poucos dias. Desta vez parece que eles anteciparam a procura e fizeram uma encomenda bem mais aceitável, de qualquer maneira mais vale prevenir...
Se não sabe quem é o Spike jonze então o caso é muito mais assustador. Estou a falar de um dos magos maiores dos videoclips e só quem nunca viu a MTV é que consegue passar ao lado já que as hipóteses são mais que muitas de já se ter deparado com o trabalho do realizador. De "Cannonball" das The Breeder's a "Praise You" de Fat Boy Slim, passando por "Sabotage" dos Beasty Boys ou "It's Oh So Quiet" de Bjork, entre muitos outros, Spike Jonze marcou irremediavelmente a forma como vemos e fazemos videoclips. Há 4 anos passou a fronteira para a longa metragem e logo com o fabuloso "Being Jonh MakKovitch" a que se seguiu o alucinado "Adaptation" todos com argumento de Charlie Kaufman . O DVD contem também extras fabulosos como documentários, curtas e entrevistas. Noutro dia falarei dos outros DVDs que complementam esta colecção, todos absolutamente imperdíveis.
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Sopra uma nova brisa no mundo dos documentários. Depois de Michael Moore ter arrecadado o Óscar em 2003, eis que surgem novos docs de intervenção, carregados de humor e com a capacidade arrasadora de um B-52. Os Puristas saltam da cadeira e descrevem-nos como obras de ficção altamente tendenciosas e em alguns casos talvez até tenham razão. Este "Supersize me" impressionou em Sundance com uma critica muito mordaz ao universo Mcdonalds, a história de um homem que durante um mês toma todas a totalidade das suas refeições nesta cadeia de fast food. Já estão a imaginar o resultado?!
Outro documentário polémico e a gozar de um enorme exito em todo o mundo, foi inclusive laureado recentemente com um Oscar, é o fabuloso "Capturing the Friedmans", já estreado entre nós.